segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Gabriela

Estava Gabriela sentada na cama ao acordar pensando na sua vida. O mês de outubro passou. E ela agora fazia uma retrospectiva do seu ano que estava quase no final. Cobrava muito de si, e não percebia o quanto estava madura. E entre tantos textos, sitações, projetos, provérbios, sonhos, calmaria, sonetos ela não conseguia compreender o quanto estava mais firme. Segura de si, após tanto pensar, Gabriela levantou pegou seu lençol, dobrou e sentou na cama novamente, foi quando veio em sua mente os versos de Camões: 
"Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto."
Gabriela  já não estava mais segura! Mas pensou: "O que adiantaria a melancolia? Os pensamentos do meu estado, se tudo o que eu preciso esta aqui, na minha frente." Ela tinha o principal bem guardado, uma caixinha de bom humor...levantou e foi pegar. E assim teve forças para prosseguir. Afinal, mesmo fraca Gabriela sabia que acabara de ressucitar, pois todos os dias ela morria para si e não admitia continuar com os pensamentos do dia que morreu, o ontem.
Até hoje, não é fácil para esta moça acordar. Todos os dias é uma luta, mas ela se habitou a recomeçar.

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